A história de quatro garotos criados entre os conjuntos habitacionais e ruas de Edimburgo e as experiências que os ligam por três décadas, da infância à idade adulta.
São eles: Juice Terry, desempregado por opção, viciado em sexo e com dedos perigosos; Billy, o boxeador amador, sempre com a cabeça no lugar e a um passo de se tornar profissional; Carl, o Garoto Milky Bar, cujo amor pela música o leva a ser um destacado DJ nos clubes locais; e Gally, aquele que tem uma couraça mais frágil que os demais e parece encontrar uma tragédia em cada esquina da cidade.
Enquanto acompanhamos suas vidas desde a década de 1970 até a virada do século – do punk ao techno, das anfetaminas ao ecstasy –, vemos cada um deles tentando se libertar do condicionamento de classe e cultura, das pressões sociais e da esperança de pais e mães de que os filhos realizem mais do que eles próprios realizaram. Em meio às turbulências, dois elementos unem o quarteto: a amizade formada nos conjuntos habitacionais, na escola e pela ambição de escapar de ambos; e a lealdade forjada no código moral das ruas.
Além das drogas, do sexo e da violência já marcantes na obra de Irvine Welsh, Cola traz como pano de fundo momentos-chave da história social recente da Escócia, enquanto investiga a energia irascível da classe trabalhadora escocesa no final do século XX, usando uma mistura compulsiva de dialeto lothiano, teoria socialista libertária e um irresistível humor negro. Com diálogos afiados, dotados de uma sentimentalidade brutal que permeia a amizade e o desespero desses homens, Welsh mais uma vez nos mostra o seu pleno domínio da técnica narrativa.