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Crítica De Cinema: Entre Hegel E Bolsonaro.

Crítica De Cinema: Entre Hegel E Bolsonaro.

Sinopse

Crítica de Cinema: entre Hegel e Bolsonaro. Claudio Donato PREÂMBULO SINÓPTICO Um filme sombrio e sofisticado, com avanços e retrocessos temporais anacrônicos. Toda a trama é situada em torno de um tipo de seita diabólica e cientificamente estruturada. A realidade concreta e objetiva é mesclada com ilusões e mecanismos de controle e sugestão por meio de hipnose, cujas lacunas possibilitadas pelas ilusões encaminham as presas para seu inevitável cativeiro físico e mental. Eleger um presidente negro sugere apenas o racismo insuportável que a sociedade em questão tenta esconder. O mesmo eleitor branco do presidente negro mantém em sua casa dois empregados negros; mas somente porque, em sua suposta bondade, os considera como membros da família. Os racistas em questão, exceto o irmão de Rose, aparentam e representam tão bem o papel de não-racistas que fica a dúvida se, de fato, eles acreditam ou não no fato de serem racistas. Isso é muito semelhante ao que acontece hoje no Brasil, com a eleição de Bolsonaro. Seus eleitores são necessariamente racistas e discriminadores das minorias que eles mesmos são: negros, pobres, mulheres, gays... O procedimento de lobotomização dos negros esmaga a dialética histórica entre senhor e escravo, preconizada por Hegel, numa tentativa sinistra de sufocar a ambiguidade da escravidão. E assim, de modo exemplar, a relação tese-antítese (Hegel) é radicalizada (extinção da dialética), sobrevivendo somente a tese ou super-tese, cuja irretutabilidade a transforma em verdade fixa e supostamente teológica. A dominação, que do ponto de vista dialético e dialógico é historicamente estruturada na opressão, suprime a crítica e se estabelece como verdade soberana. A trilha sonora e os símbolos dão o tom sinistro da arquitetônica elaborada pelos Armitage. Temas centrais: racismo e manipulação.