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Leitura e Cárcere: (Entre) Linhas e Grades, o Leitor Preso e a Remição de Pena

Leitura e Cárcere: (Entre) Linhas e Grades, o Leitor Preso e a Remição de Pena

Sinopse

Este livro reflete sobre o papel da leitura para sujeitos no cárcere. É só uma moeda de troca dos presos pela diminuição de dias da pena na prisão ou pode provocar neles reflexões e identificação? Diante de condições tão agudas, corpos depositados e neutralizados num ambiente hostil, em condições inimagináveis, a leitura pode desencadear experiência de fruição? O leitor preso consegue se ver no personagem da obra lida e escapar da sua dura realidade atrás de grades? Direito de ler para um sujeito de direito sem direito? Será que os direitos podem ser respostas às faltas produzidas pelo próprio Estado? O direito de leitura na prisão consegue remediar faltas? Tendo em mente que, ao pensar soluções para uma realidade, devemos tirá-la da invisibilidade e considerando a potência da literatura, a autora de Leitura e cárcere nos leva a refletir sobre essas questões e uma pluralidade de outras mais: modo de funcionamento dos sistemas de segurança e de justiça, condições do sistema penitenciário, fins e justificativas da pena, desigualdade social, o que diz a letra da Lei e o que se vê na realidade… Enquanto o discurso da Lei grafa direitos que garantem aspectos de humanidade, o discurso da prisão (a)grava, no corpo e na alma do sentenciado, castigos e sofrimentos. A leitura deste texto impactante convida a adentrar nos muros da prisão e contribui para tornar menos opaco o discurso sobre a leitura como dispositivo de remição de pena, sob as regras da Lei, no Brasil. Por meio de entrevistas efetuadas com apenados do Presídio Regional de Xanxerê, em Santa Catarina, Leitura e cárcere analisa os dizeres desses presos e investiga a tensão entre o dito e o não dito, as marcas explícitas ou implícitas nessas falas: a negação, os pré-construídos, as interpelações do inconsciente. Nas enunciações desses sujeitos presos, súplicas por olhares e escutas. No dizer de um entrevistado: "tem leitura que me feiz entendê, assim, que a gente tem uma vida ainda pela frente".