A Segunda Carta de Paulo aos Coríntios é a mais autobiográfica: nela, transparece a vida de Paulo, sua vida de ministro de Cristo, marcada pelos sofrimentos por causa dos conflitos com a comunidade e das calúnias difundidas de seus «adversários». Nela, Paulo não se defende com títulos acadêmicos ou com um currículo bem-sucedido, mas fala da sua existência marcada pela cruz de Cristo. Um apostolado vivido na sua totalidade, e não como um aspecto ou período da sua existência. Entramos, portanto, no coração do missionário Paulo, suas alegrias e seus sofrimentos. É ele mesmo que abre o coração, com sinceridade, contando sua vida de ministro do evangelho, para inebriar e renovar o coração de quem ama Deus. Os sentimentos se relacionam com decisões, os medos com as alegrias, e as desilusões com a esperança. Àqueles que exercem o apostolado de diversos modos na Igreja, a Segunda Coríntios é uma carta a ser lida e meditada. Serão certamente encorajados pela experiência de um homem que, entre os primeiros-ministros do evangelho, se doou de forma apaixonada por uma comunidade sem receber recompensa. E, se desanimados pelas dificuldades do ministério, sentirão forte estímulo a viver não para si mesmos, mas para Aquele que lhes confiou a dignidade do «ministério da reconciliação».